sexta-feira, 8 de abril de 2011

EPTC - Fábrica de Multas

Tolerância zero no Salgado Filho: EPTC multa 25 e guincha sete em quatro horas

Novo gerente diz que esta é a fiscalização de praxe da empresa


 Muitos filhos que foram buscar seus pais chegando de viagem no Aeroporto Internacional Salgado Filho enfrentaram uma situação constrangedora neste domingo, Dia dos Pais. Eles estacionaram os veículos no local de embarque e desembarque e, ao voltarem, não encontraram os carros onde haviam deixado. Somente no turno da manhã, pelo menos 25 automóveis foram multados pela EPTC por ficarem alguns minutos estacionados. Sete deles foram guinchados, porque os motoristas ficaram afastados por mais de dez minutos.

Um dos notificados foi o piloto de avião Newton Barreto, de 29 anos. Eram 8h deste domingo, quando ele saiu da zona Sul de Porto Alegre para buscar um familiar, cujo voo estava marcado para aterrissar às 9h15. Ao chegar na área de embarque e desembarque, deixou o carro com o porta-malas aberto e o pisca-alerta ligado. Voltou sete minutos depois e encontrou uma multa no pára-brisa. Ao tentar argumentar com o agente da EPTC, ouviu uma resposta que ele considerou arrogante: “reclama para a Infraero”. Barreto ficou observando a operação dos agentes e verificou que, em dez minutos, cinco carros foram multados e outros três guinchados. Indignado, afirma que vai recorrer da multa.

“Eu vou recorrer sim, porque tenho a passagem aérea com o horário, que é o mesmo da multa. Me receberam com arrogância, indiferença e frieza, dizendo que a multa é um documento oficial e eu que reclamasse para a Infraero. O recado deles foi que ao sair dez centímetros da linha será multado”, relata. “Mês passado, fiquei dois, três minutos dentro do carro, que é o tempo da pessoa vir com as malas, e um azulzinho me disse que eu não podia ficar ali, porque seria multado. E o meu carro era o único na área de embarque e desembarque”, conta.

O novo gerente de Fiscalização da EPTC, Carlos Pires, esclareceu que essa não foi uma operação especial, mas uma ação de praxe realizada a partir de quando a empresa ficou sendo a responsável pela área. Segundo Pires, não há tempo de tolerância: os motoristas só devem parar quando o passageiro já estiver na calçada com as malas esperando para entrar no carro. Descer para ajudar a carregar a bagagem, nem pensar. “Querida, o tempo limite é o que a placa informa, ou seja, a placa não tem tempo, não tem como permitir que o motorista desça do carro, vá até lá dentro pegar as malas e voltar. Quem desce do avião tem que trazer a mala até a área de embarque e desembarque, carregar o carro e ir embora”, explicou à reporter.

Quando a reportagem questionou se a placa que proíbe o estacionamento não poderia informar um tempo mínimo de tolerância para que ficasse claro ao motorista que, após esse prazo, haveria multa e guincho, Pires alegou que a medida não é prevista pelo Código de Trânsito Brasileiro. “A placa é esta: proibido estacionar. Estacionar é uma coisa, parar é outra”, afirma.

A medida, de acordo com Carlos Pires, não é uma prática arrecadatória, mas uma forma de evitar congestionamentos nas vias de acesso ao Salgado Filho em dias de maior movimento.

     Ouça o áudio: Carlos Pires, gerente de fiscalização da EPTC

Fonte: Marjulie Martini / Rádio Guaíba



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